quarta-feira, 27 de maio de 2009

Versinho





Filha,

10 x 0 é sempre 0
E nesse mundo louco,
há quem não tenha nada
ou ainda quem já tenha tudo.
Quanto a mim, eu tenho você.
E quanto a você, você tem a mim.

Te amo. Muito. Mamãe


Why not ?

Tô desconstruindo tudo
Quero muito saber de gente,
da gente, dos amigos.
E quero aplaudir no final.
Sabe aquele levantar no final? 
Artista ainda no palco,
arrepio na alma.
Quero o que me tira a calma

e me abre pro encanto.
Vou fugir da máquina. 
Vou fugir com a máquina.
Levarei ela e você.

F.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

É melhor


Tristezas
são vazios que sentimos
em locais que deveriam estar cheios
de amor e acolhida.
Tristezas
confundem nossa alma
fingem que não vão passar
e nos fazem acreditar
que é pra sempre.
Tristezas
doem tanto que nos lembram
que não existe pra sempre
- você não sabia?-
É, não existe pra sempre.
Tristezas
Que remédio há? Sofre, chora
enxuga as lágrimas
e percorre o resto do caminho
até o final.
Há sempre um final.
Segue recolhendo as tristezas pelo caminho
até o final.
Mas vai cantando
que é melhor.

F.


Here, There and Everywere



Here, There and Everywere


To lead a better life,
I need my love to be here.
Here, making each day of the year
Changing my life with a wave of her hand
Nobody can deny that there's something there.
There, running my hands through her hair
Both of us thinking how good it can be
Someone is speaking
but she doesn't know he's there.
I want her everywhere
and if she's beside me
I know I need never care.
But to love her is to need her
Everywhere, knowing that love is to share
each one believing that love never dies
watching her eyes and hoping
I'm always there.
I want her everywhere
and if she's beside me
I know I need never care.
But to love her is to need her.
Everywhere, knowing that love is to share
each one believing that love never dies
watching her eyes and hoping
I'm always there.
I will be there, and everywhere.
Here, there and everywhere.


(Lennon/ McCartney)

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Mais uma da Gi


Tarde da noite, ontem
- Mãe, você vai sair no sábado à noite?
- Sim

 E eu vou também?
- Ah não, não é programa pra você.
- Mãe....
- O que Gi?
- Deixa eu te lembrar uma coisa: seu pacote me contém, viu?
-  Recado dado!

domingo, 10 de maio de 2009

Bem aqui.

Noite



O passo marca o desconcerto.
Eu me perco, desencontro, encontro.

Invento a noite, desço ao porão.
onde sempre toca algum heavy metal.


Pressa. Calma.
Já pensou sério no sem sentido da vida?
Ao fundo, Johnny Cash.
Uma hora lembro de tudo o que aconteceu.



F.

sábado, 9 de maio de 2009

Calabar - O elogio da traição



Calabar foi escrita por Chico Buarque, no final de 1973, em parceria com o cineasta Ruy Guerra. A peça relativiza a posição de Domingos Fernandes Calabar no episódio histórico em que ele preferiu tomar partido dos holandeses a apoiar a coroa portuguesa.

Foi uma das mais caras produções teatrais da época. Como sempre, a censura do regime militar deveria aprovar e liberar a obra, em um ensaio especialmente dedicado a isso. Depois de toda a montagem pronta e da primeira liberação do texto, veio a espera pela aprovação final. Foram três meses de expectativa e, em 20 de outubro de 1974, o general Antônio Bandeira, da Polícia Federal, sem motivo aparente, proibiu a peça, proibiu o nome Calabar e, como se não bastasse, proibiu que a proibição fosse divulgada. O prejuízo para os autores e para Fernando Torres e Fernanda Montenegro, produtores da montagem, foi enorme. Seis anos mais tarde, uma nova montagem estrearia, desta vez, liberada pela censura.


sábado, 2 de maio de 2009


Paris vista de Montmartre

Woody Allen

Woody Allen - "Se Deus pelo menos tossisse!"



Sempre considerei Woody Allen como uma espécie de "guru" na árdua tarefa de ajudar a decifrar a intrincada rede psíquica que habita nossa mente. Seus roteiros "bebem" diretamente na fonte da psicanálise e mostram o quão assolados por dilemas morais somos todos nós.
Allen nasceu no Bronx, em 1935. Sempre foi um garoto problemático e conseguiu, inclusive, ser suspenso da New York University. Começou a fazer análise em 1959 e desde então não parou mais. Sobre essa experiência, ele comentou, com atento descaso:
"Faço análise há trinta anos e a única frase inteligente que já ouvi do meu analista é a de que preciso de tratamento".
Allen é uma máquina de trabalhar e dirigiu impressionantes 39 filmes até o momento. Adivinha qual será o cenário de seu próximo filme? Oui Monsieur! Paris! Seus ídolos são Federico Fellini, Grouxo Marx e Ingmar Bergman. Nunca quis receber os inúmeros prêmios ganhos por sua obra, justificando que sempre esteve ocupado demais trabalhando para ir a qualquer premiação. Extremamente espirituoso e irônico, é de fala direta e expressa uma filosofia de vida bastante peculiar: o indivíduo prospera no caos, não tentemos organizá-lo ou buscar um sentido maior para tudo.
  • "Você pode viver até os cem anos se abandonar todas as coisas que fazem com que você queira viver até os cem anos."
Qual é mesmo o sentido de querermos sorver a vida até a última gota, se não pudermos fazê-lo de forma prazerosa? Se for preciso vivemos menos, mas não abrimos mão de continuar nossa insaciável busca pelo prazer. Assim,insistimos em praticar determinados "delitos" que nos retiram alguns preciosos nacos de vida, e a paz de espírito, mas que garantem a dose de éter que precisamos para seguir vivendo.
  • "Mais do que em qualquer outra época, estamos numa encruzilhada. Um dos caminhos leva à catástrofe e ao mais terrível desespero. O outro leva à extinção total. Vamos rezar para que façamos a escolha certa".
Outra coisa que encanta em Allen é seu jeito sarcástico - mas terrivelmente bem humorado - de constatar que a humanidade não tem mesmo jeito. Ele é um dos que aponta o erro monumental que inaugura a era moderna, quando a razão passa a colocar o indivíduo em uma posição de egolatria bastante perigosa.
  • "Meu pai trabalhou na mesma empresa durante doze anos. Eles o demitiram e o substituíram por uma maquininha deste tamanho, que faz tudo o que o meu pai fazia, só que muito melhor. O deprimente é que minha mãe também comprou uma igual".
O interessante é que tanto em seus filmes quanto em seus textos transparece essa questão de reconhecer que a pequenez e a grandeza são contraditórias, mas intrinsecamente ligadas à condição humana.
  • "Minhas notas na escola variaram de abaixo da média a abaixo de zero. Fui reprovado no exame de Metafísica. O professor me acusou de estar olhando para a alma do rapaz sentado ao meu lado".
E, por fim, um fragmento da simplicidade genial de Allen, lapidado pelos anos de análise e citado em Crimes e Pecados:
  • "É muito difícil fazer sua cabeça e seu coração trabalharem juntos. No meu caso, eles não são nem amigos".
Ah, e é claro, algo sobre a visão de Allen a respeito de sexo - o tema preferido dele. Senão não seria woodyalleniano, kkk.
  • "Amor causa tensão. Sexo a alivia". Isso é definitivamente Woody Allen!!!


::: "Por que Deus não fala comigo? Se Ele pelo menos tossisse!" :::
*** Todos os filmes são bons, mas eu destaco Vicky Cristina Barcelona, A rosa púrpura do cairo, Match Point, Scoop, Noivo Neurótico Noiva Nervosa, Hannah e suas irmãs, A Era do Rádio, Crimes e Pecados, Tiros na Brodway, Desconstruindo Harry, Poucas e Boas.

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