sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

The Doors


"When You´re Strange: a film about The Doors" é um documentário sobre a banda narrado por Johnny Depp. Com imagens inéditas, o documentário reconstitui a trajetória dos músicos, contextualizando-a historicamente. Também mostra o processo criativo musical, releva bastidores e o lado negro do sucesso. Jim Morrison, claro, é o personagem central. Uma personalidade difícil de definir, outsider, genial. Ao mesmo tempo que era um gigante à frente da banda, emprestando a ela sua alma, também mostrava sua fragilidade, seu descontrole diante do mundo das drogas e das bebidas, suas inseguranças e carências. Fica a impressão de que o sucesso pode ser perigoso demais para aqueles que o merecem. Morrison bateu de frente com tudo, xingou a platéia, comprou briga, foi preso, foi ao limite...e para além dele, encontrou a morte. Ele dizia que Jimmy Hendrix e Janis Joplin estavam esperando por ele. Jim Morrison não foi feito pra esse mundo...sensível demais, talentoso demais, bonito demais...O que fez em sua breve passagem por aqui, no entanto, foi suficiente para que ele deixasse seu nome gravado na história do rock.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Georgia O'Keeffe, uma revolução




Georgia é uma pintora americana modernista (1887-1986) que, para um olhar menos atento, pode parecer um tanto conservadora. Eu mesma confesso que "torci o nariz" para os primeiros quadros que vi, mas depois de conhecer melhor suas pinturas, passei a admirá-las. Suas famosas flores e paisagens eram "pinturas de mulher", exatamente o que a sociedade machista esperava que as mulheres pintassem na época...Olhando um pouco mais para as obras, no entanto, começamos a perceber os elementos subversivos...a obra de O'Keeffe é sexual, em suas flores enxergamos o órgão sexual feminino, em suas cores percebemos uma revolução.
Ela se casou, em 1924, com o fotógrafo Alfred Stieglitz e começou a expor suas obras no atelier dele em Nova Iorque. Depois de um tempo, percebeu a armadilha e se afastou ao constatar que era um mulherengo incorrigível. Descobriu que sofrer por amor consumia sua energia criativa. Foi sozinha para o Novo México e mudou o tom de suas obras...as cores permaneceram, mas agora, ao invés de flores, ela podia pintar, por exemplo, uma ossada de vaca achada no deserto. Georgia O'Keeffe falava que via beleza em tudo, até mesmo nas coisas mais banais. Elas eram transformadas, ganhavam uma "aura" quando transportadas para suas telas. Na medida em que se isolou, libertando-se do amor egoísta, Georgia foi gostando cada vez mais da vida e amadurecendo como artista, até se tornar uma das principais pintoras do século XX, ao lado, por exemplo, de
Frida Kahlo.

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