terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Georgia O'Keeffe, uma revolução




Georgia é uma pintora americana modernista (1887-1986) que, para um olhar menos atento, pode parecer um tanto conservadora. Eu mesma confesso que "torci o nariz" para os primeiros quadros que vi, mas depois de conhecer melhor suas pinturas, passei a admirá-las. Suas famosas flores e paisagens eram "pinturas de mulher", exatamente o que a sociedade machista esperava que as mulheres pintassem na época...Olhando um pouco mais para as obras, no entanto, começamos a perceber os elementos subversivos...a obra de O'Keeffe é sexual, em suas flores enxergamos o órgão sexual feminino, em suas cores percebemos uma revolução.
Ela se casou, em 1924, com o fotógrafo Alfred Stieglitz e começou a expor suas obras no atelier dele em Nova Iorque. Depois de um tempo, percebeu a armadilha e se afastou ao constatar que era um mulherengo incorrigível. Descobriu que sofrer por amor consumia sua energia criativa. Foi sozinha para o Novo México e mudou o tom de suas obras...as cores permaneceram, mas agora, ao invés de flores, ela podia pintar, por exemplo, uma ossada de vaca achada no deserto. Georgia O'Keeffe falava que via beleza em tudo, até mesmo nas coisas mais banais. Elas eram transformadas, ganhavam uma "aura" quando transportadas para suas telas. Na medida em que se isolou, libertando-se do amor egoísta, Georgia foi gostando cada vez mais da vida e amadurecendo como artista, até se tornar uma das principais pintoras do século XX, ao lado, por exemplo, de
Frida Kahlo.

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