quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Persépolis

Persépolis

Quando o filme começou, a Gi disse que não estava muito interessada. Animação em preto e branco? Virou de lado na cama e fez que ia dormir.

Pouco tempo depois, lá estava ela, vidrada, acompanhando a história. Assistiu a tudo, sem fazer comentários. Depois que acabou o filme, voltou a virar pro lado e dormiu.

Três dias depois, ela veio me contar que andava com medo por causa do filme, mas não sabia direito porquê. Eu ajudei, falando que devia ser porque a história era sobre guerra, desilusões amorosas, viver longe da família, morte, ou seja, tudo o que a gente mais teme. Ela concordou e emendou: o resto dá pra aturar, mas isso de viver forçado longe da família é o fim. E depois comentou que a protagonista era uma azarada no amor.  Achei graça. Nós duas chegamos à de conclusão que Persépolis é um filme que provoca certa angústia, e angústia dá medo. Concordamos também que é um filme bom, bem escrito, realista, bem diferente das animações usuais. Achei que a conversa tinha terminado, quando ela sorriu e finalizou:

- Mãe, que maluquice era aquela das flores no soutien da vó da menina? E colocar os seios na bacia com água gelada de manhã? Pra quê, ela já estava velha, era viúva!
- Filha, isso se chama auto estima, e significa a gente gostar do nosso corpo sem o compromisso de que ele também seja admirado pelas outras pessoas.

Persépolis mostrou que o amor floresce também onde há maldade, nem que seja como amor próprio!

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