quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Leila Ferreira no Sempre um Papo


Dia desses fui assistir a uma palestra da Leila Ferreira, no projeto Sempre um Papo. Fui sem saber bem o que encontraria. Sempre achei ela simpática, sorridente, próxima, informal. Incomodava um pouco aquela impressão de que ela fazia parte do grupo de pessoas que estão sempre super felizes, acho estranho isso.

Bom, mas o que eu vi e ouvi foi surpreendente. Era ela lá, humana, de carne e osso, sem personagem, contando pra gente um pouco da sua vida. Pontuando com palavras leves e risonhas momentos de uma história por vezes pesada demais. Explicando que dá pra ser leve mesmo quando a vida se torna incrivelmente pesada. Ela se emocionou algumas vezes...contando suas histórias de vida e histórias de outras pessoas, e conseguiu emocionar a plateia.

O bom de ouvir gente é conhecer mais essa vida da gente. Ah, e coisa muito linda foi o que ela disse sobre essa questão da estima nos dias modernos. Todo mundo se preocupa com baixa estima, autoestima, essas coisas. Pra ela, o importante é ter uma estima coletiva, pensar no outro, viver com o outro. Viver de forma simples, sem se supervalorizar ou valorizar demais coisas transitórias, materiais. Buscar o imaterial pode não nos poupar de sofrimento, mas nos dá leveza, sabedoria pra enfrentá-lo. Concordo!


* Passagem poética da palestra: ela contou que, em sua infância, ela e sua mãe viviam de forma bem simples, pobre mesmo. E que o pai era uma pessoa rude, agressiva. Assim, quando a mãe, professora, chegava em casa, às vezes encontrava uma criança triste no portão. Então, ela deixava de almoçar, segurava a menina pelas mãos e iam as duas para o quintal. Sentavam embaixo de uma grande mangueira e conversavam sobre tudo, perguntavam-se como seria o futuro....não havia resposta. Aí a mãe dizia para a menina: agora vamos, já penduramos nossas perguntas nas folhinhas dessa árvore, e a vida vai tratar de respondê-las. Emociona!


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