sábado, 7 de junho de 2008

Lorca


Eu pronuncio teu nome nas noites escuras,
quando vêm os astros beber na lua
e dormem nas ramagens das folhas ocultas.

E eu me sinto oco de paixão e de música.
Louco relógio que canta mortas horas antigas.

Eu pronuncio teu nome, nesta noite escura,
e teu nome me soa mais distante que nunca.

Mais distante que todas as estrelas
e mais dolente que a mansa chuva.

Amar-te-ei como então alguma vez?
Que culpa tem meu coração?

Se a névoa se esfuma,
que outra paixão me espera?

Será tranqüila e pura?
Se meus dedos pudessem desfolhar a lua!!


Garcia Lorca

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