sábado, 29 de agosto de 2009
quinta-feira, 27 de agosto de 2009
Cartas de amor

As cartas de amor deveriam ser fechadas com a língua.
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão capturado pelo envelope,
a letra tremendo como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,
mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor
deveriam ser abertas com os dentes.
Fabrício Carpinejar
Beijadas antes de enviadas.
Sopradas. Respiradas.
O esforço do pulmão capturado pelo envelope,
a letra tremendo como uma pálpebra.
Não a cola isenta, neutra,
mas a espuma, a gentileza,
a gripe, o contágio.
Porque a saliva acalma um machucado.
As cartas de amor
deveriam ser abertas com os dentes.
Fabrício Carpinejar
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
Sobre mim.

Dia desses andei pensando sobre coisas que têm a capacidade de me deixar realmente mal. O que me agride? E vieram alguns exemplos, dos mais idiotas aos mais cruéis. Eu fico incomodada quando escuto uma música que não acho legal, quando acordo cedo demais, quando não vem um telefonema que eu estava esperando, ou ainda, quando sei que aquela verdade é, na verdade, uma mentira. O pior mesmo, eu acho, é me saber infiel. Infiel aos outros, nunca animei de ser. Infiel a mim mesma, às vezes acontece. Aí eu fico mal, mas passa.
Ah, bobagem. Quem nunca se traiu? E daí se eu sou assim, inconstante, um pouco rebelde? Às vezes, não quero colaborar comigo mesma. De tudo, tudo mesmo, que possa me fazer mal talvez só uma palavra incomode... perda. Não de objetos, lugares, eventos, romances, nem mesmo sinto receio da simples perda de tempo. Não sou apegada a quase nada, só a pessoas muito queridas. Já perdi pessoas algumas, e isso cortou meu coração, mas as experiências me convidaram a estar mais viva. Será que nada me abala? Longe disso, acontece que se vou pro fundo do poço, na hora vejo a ponta da corda pra me resgatar, eu sempre vejo! Graças a Deus!
F.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
Tashi Delek

Proteção pra mim e pra todos que por aqui transitam! É o que eu desejo!
Fonte: http://revistatpm.uol.com.br/blogs/tashidelek/2009/04/18/tashi-delek.html
terça-feira, 18 de agosto de 2009
Mais poesia...
Poesia de Drummond

“Clara passeava no jardim com as crianças. O céu era verde sobre o gramado, a água era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados; o guarda-civil sorria, passavam bicicletas, a menina pisou a relva para pegar um pássaro, o mundo inteiro, a Alemanha, a China, tudo era tranquilo em redor de Clara.
As crianças olhavam para o céu: não era proibido.
A boca, o nariz, os olhos estavam abertos. Não havia perigo.
Clara tinha medo de perder o bonde das 11 horas, esperava cartas que custavam a chegar, nem sempre podia usar vestido novo. Mas passeava no jardim, pela manhã !
Havia jardins, havia manhãs naquele tempo !”
Carlos Drummond de Andrade
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Contramão
Os encontros acontecem, eles têm sentido e direção.
Os afetos permanecem, mesmo quando entram na contramão.
F.
Leila Ferreira no Sempre um Papo

Dia desses fui assistir a uma palestra da Leila Ferreira, no projeto Sempre um Papo. Fui sem saber bem o que encontraria. Sempre achei ela simpática, sorridente, próxima, informal. Incomodava um pouco aquela impressão de que ela fazia parte do grupo de pessoas que estão sempre super felizes, acho estranho isso.
Bom, mas o que eu vi e ouvi foi surpreendente. Era ela lá, humana, de carne e osso, sem personagem, contando pra gente um pouco da sua vida. Pontuando com palavras leves e risonhas momentos de uma história por vezes pesada demais. Explicando que dá pra ser leve mesmo quando a vida se torna incrivelmente pesada. Ela se emocionou algumas vezes...contando suas histórias de vida e histórias de outras pessoas, e conseguiu emocionar a plateia.
O bom de ouvir gente é conhecer mais essa vida da gente. Ah, e coisa muito linda foi o que ela disse sobre essa questão da estima nos dias modernos. Todo mundo se preocupa com baixa estima, autoestima, essas coisas. Pra ela, o importante é ter uma estima coletiva, pensar no outro, viver com o outro. Viver de forma simples, sem se supervalorizar ou valorizar demais coisas transitórias, materiais. Buscar o imaterial pode não nos poupar de sofrimento, mas nos dá leveza, sabedoria pra enfrentá-lo. Concordo!
O bom de ouvir gente é conhecer mais essa vida da gente. Ah, e coisa muito linda foi o que ela disse sobre essa questão da estima nos dias modernos. Todo mundo se preocupa com baixa estima, autoestima, essas coisas. Pra ela, o importante é ter uma estima coletiva, pensar no outro, viver com o outro. Viver de forma simples, sem se supervalorizar ou valorizar demais coisas transitórias, materiais. Buscar o imaterial pode não nos poupar de sofrimento, mas nos dá leveza, sabedoria pra enfrentá-lo. Concordo!
* Passagem poética da palestra: ela contou que, em sua infância, ela e sua mãe viviam de forma bem simples, pobre mesmo. E que o pai era uma pessoa rude, agressiva. Assim, quando a mãe, professora, chegava em casa, às vezes encontrava uma criança triste no portão. Então, ela deixava de almoçar, segurava a menina pelas mãos e iam as duas para o quintal. Sentavam embaixo de uma grande mangueira e conversavam sobre tudo, perguntavam-se como seria o futuro....não havia resposta. Aí a mãe dizia para a menina: agora vamos, já penduramos nossas perguntas nas folhinhas dessa árvore, e a vida vai tratar de respondê-las. Emociona!
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